sábado, 3 de dezembro de 2011

A voz sussurrou e eu apenas escrevi.


Sua falta me perturbou cada segundo da minha existência até o meu último dia.
Como eu sentia aquele sangue descendo em minha garganta. Como eu sentia aquela angústia tomando conta de cada órgão do meu corpo. O veneno estava me corroendo.
Tentei parar, mas uma força maior tomou conta de mim.
Tentei, tentei, tentei... Sua ausência me assassinava.
Aquele veneno penetrando em meu corpo se espalhou por todas as regiões.
Aquele veneno que usei para amenizar a tua ausência entorpeceu-me.
E quando não havia mais nenhum sinal de existência em mim, havia ainda teu retrato na parede do nosso quarto.
Deitada no chão onde nos amamos, sua ausência me deixou.
Foi nessa hora que perdi o ar.
Foi nessa hora que me perdi.
Foi nessa hora que perdi a dor que tanto me torturava.
Ao fechar meus olhos e desligar-me daquele mundo fui ao teu encontro no paraíso.
Encontrei-te sentado em um banco com uma roupa branca. Cheguei bem devagar, e antes mesmo que eu tocasse em teus ombros você virou-se para mim.
Havia uma rosa em sua mão, uma rosa extremamente linda. Você sorriu e me entregou a rosa, logo após perguntou-me:
- O que você está fazendo aqui meu amor?
Então respondi:
- Sua falta me assassinou.
Como eu estava feliz em estar ali com você. Mesmo sabendo que o tempo era pouco e que logo estaríamos novamente distante um do outro eu estava tão feliz em estar ali novamente ao seu lado. E não importava quantas vidas e quantos tempos passassem, sempre iríamos nos encontrar. Nunca esqueço o que você me disse depois de olhar em meus olhos e tirar o fio de cabelo que estava em minha face:
- “Uma noite sem estrelas não significa que não há estrelas. Você pode até não enxergar, mas há. Saiba que não existirá distância capaz de separar o que sentimos. Não existirá céu que nos separe. Eu te amo por todas as vidas.”
Logo após saímos correndo contra o vento de mãos dadas e com a certeza de que a eternidade nos esperava.

Por: Janaína Vieira

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