domingo, 30 de outubro de 2011

Bem vindo ao planeta Terra




Ontem fui até um parque. Fiquei lá a tarde toda, tentei pensar em algo, mas há alguma coisa naquele parque que bloqueia todos os meus pensamentos.

Sabe, acho que é ali o único momento no qual estou a sós.
Sem pesos na consciência, sem amores esquecidos, sem lembranças boas ou ruins, sem preocupações. Apenas eu e a natureza. É fascinante!
Creio eu que ali consigo ter saúde. Consigo meu completo bem estar físico, mental e social. Fiquei analisando as pessoas e suas diversas expressões. Comecei até a me simpatizar com crianças. É tudo tão ilusório, tão fantástico, que chega a ser irreal. Pessoas felizes, crianças correndo, casais namorando, filhos unidos, idosos sorridentes... Minha vontade era de ficar ali pra sempre. Acho que as outras pessoas se sentem assim também. Vejo que ali é como aquelas pipocas combo de cinema, no lugar da pipoca combo coloca-se harmonia e no lugar de muita, mas muita manteiga coloca-se felicidade. E no filme com roteiro tranqüilo e feliz, somos nós os atores. Há de risos a gargalhadas, de abraços e amassos, de crianças até os idosos. É aquela coisa que sempre dizia na abertura do desenho das meninas super poderosas: “E tudo que há de bom”. Assim me sinto lá, me contagio com tamanha paz. Chego até a acreditar “que o mundo é perfeito e que todas as pessoas são felizes” como disse o poeta Renato Russo. Porque fora daquele parque a vida é tão diferente? Porque há tantas desavenças, tanta guerra, tanta dor, tanto sofrimento? Por que há tantas pessoas depressivas, tanta violência e tanta corrupção? Por que não podemos ter isso em nossa própria casa, em nossa própria cidade, em nosso próprio país. Por quê?
Será que sempre será preciso fugir de nossas próprias moradias para buscar o que poderíamos ter em nossa própria rotina? Será preciso sempre fugir de nós mesmos para buscar o que temos dentro de nós e não usufruímos?
Que tanto medo é esse do desconhecido? Que tanto medo é esse de encarar os fatos? Até quando será preciso sair de si mesmo para buscar nos outros ou em outros lugares aquilo que temos de sobra dentro de nós. Não queremos enxergar? Temos coragem suficiente de entregar nosso coração nas mãos de alguém, mas não temos coragem de pegar em nosso próprio coração? Temos dinheiro suficiente para viajarmos em busca de paz, mas não temos um tempo livre ou um pouco de paciência para sentarmos ao lado da nossa família e jantarmos todos juntos? Somos tão míopes assim? Ou somos tão idiotas?
Temos tanta, mas tanta coisa dentro de nós mesmos e ainda assim preferimos buscar nas pessoas, nas coisas materiais, nos lugares. Preferimos conhecer tudo ao nosso redor a nos conhecer. Somos tão estúpidos!
- Bem vindo ao planeta Terra!

Por: Janaína Vieira

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